Michael J. Fox: Um Otimista Incorrigível

Antes de dar minha opinião sobre Um Otimista Incorrigível acho importante fazer duas ressalvas, após lê-las, continue por sua conta e risco:

  1. Eu crio relações afetivas em relação aos atores, atrizes ou cantores de que gosto. Não tenho ídolos, mas para mim é importante gostar da pessoa, não somente do trabalho que ela desenvolve. Por exemplo, dificilmente gostarei do trabalho de um ator que não respeite mulheres, ou que seja racista, ou homofóbico, desvalorizando a si e aos outros. Michael J. Fox, autor do livro, se encaixa na categoria de pessoas por quem tenho carinho imenso mesmo sem conhecê-lo, porque tudo que li sobre ele ou sobre sua vida sempre me fez ter certeza de que ele é uma pessoa decente.
  2. Meu avô teve Parkinson. Ele desenvolveu a doença já em avançada velhice, motivo pelo qual nunca convivi com a força dos sintomas que surgem com o passar dos anos. De qualquer modo, vejo em meu pai o medo constante de perder sua independência caso venha a desenvolver a doença, bem como eu mesma o tenho. Por uma dessas ironias da vida, há questão de 02 meses fui diagnosticada com uma doença auto-imune de caráter degenerativo, de outra natureza, mas isso é assunto para outro post.

Chamo estes dois pontos de ressalva, porque, devido a eles, é provável que o impacto que este livre teve para mim seja diferente, mais forte que para outras pessoas. Então, ao ler o que vem adiante se sinta no direito de dar certos descontos.

Um Otimista Incorrigível é um excelente livro, realmente inspirador. Quando você lê a resenha imagina Michael contando sobre sintomas e dificuldades, falando da doença em si. Mas não é só isso. O livro fala de quatro assuntos considerados importantes para o autor: Trabalho, Política, Fé e Família.

Sim, ele fala dos sintomas e de como precisa administrar simples tarefas que se tornaram verdadeiros desafios após 10 anos convivendo com a doença. Mas, ao dividir o livro em quatro assuntos ele faz mais que isso, ele fala do que acredita, ela fala de seus valores, ele fala de como encarava a vida antes e o que mudou. Ele fala de sua luta pelo apoio à pesquisa relacionada às células-tronco e a obtenção de apoio político para o sucesso destas pesquisas.

Ele também fala de suas primeiras campanhas da fundação que criou, como o comercial abaixo, o primeiro feito com Muhamaad Ali, mostra seu bom humor, mesmo quando o assunto é sério:

O segundo é de sua primeira participação em campanhas políticas. Michael não é Democrata ou Republicano, ele apóia, por todo país, pessoas cujas idéias e valores ele compartilha. É assustador ver os sintomas da doença quando o paciente não está sob o efeito dos remédios. O fato de Michael aparecer deste modo, apenas uma demonstração da realidade, foi brutalmente atacado por pessoas contrárias a sua campanha e à candidata por ele defendida – ao buscar por este vídeo no You Tube dei de cara com vários depoimentos de atores que antes eu admirava e agora, bem, me decepcionaram com a maneira que defenderam suas opiniões.

Bem, voltando ao livro: ele é de leitura rápida, dúvido que consiga largá-lo antes de seu final, e emociona em vários momentos. Para cada sorriso, uma lágrima também.

Mesmo sendo um livro sobre a luta contra uma doença hoje incurável, Um Otimista Incorrigível é um livro que te deixa de alma lavada.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

3 Comentários


  1. Ótima resenha, Simone!

    Também simpatizo com Michael J Fox mesmo sem conhecê-lo, e lembro que fiquei favoravelmente impressionada quando vi sua entrevista no Inside the Actor´s Studio. Ele pediu para interromper a entrevista quando o efeito dos remédios estava acabando, para tomar outra dose, e após o intervalo, voltou bem diferente, como se não tivesse a doença. Disse que sem a medicação ele não conseguia controlar seu corpo, e que isso gerava uma sensação de impotência. Realmente, não deve ser fácil.

    Fiquei interessada pelo livro, e vou lê-lo. Obrigada pela ótima sugestão de leitura!

    Grande abraço,

    Cristine

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