Já é hora de ter um cachorro?

Simone Kojak Hulk Biro-biro

Hoje eu estava lendo o interessante post de @ladyrasta sobre a hora de deixar seu filho andar sozinho pela rua – dúvida que, apesar da pouca idade da Carol, de vez em quando me faz perder uns bons minutos de pensamento.

Pois este post me fez pensar em algo que anda sendo intensamente negociado aqui em casa: ter ou não ter um cachorro.

Como as fotos aí de cima bem demonstram, passei uma infância feliz ao lado dos cães, que sempre foram muitos. Mas, após o casamento, descobri a maravilha dos gatos e sua independência. Seu jeito único de fazer as coisas e viver a vida. Aí, colocando na balança, a vontade de ter um cão em um apartamento passa bastante rápido, normalmente dura o tempo em que estou perto de algum cão charmoso e pidão.

Apesar de nossa resistência – se eu que tive cães fico um pouco reticente, o pai da Carol não tem a miníma inclinação para o assunto – ter um cão é um pedido constante da Carol, que é uma apaixonada por cães de todo o tipo e tamanho. Numa das primeiras vezes em que ela pediu um cão a resposta foi categórica: Para quê? Vou ser eu que vou ter que cuidar dele! Não, não.

O motivo daquela resposta vem de longe: dos muitos cães que tive, sempre foram meus pais a ficar com a parte complicada de levar passear com chuva e frio, limpar as porcarias ou levar ao médico. Para mim e meu irmão sobrava a alegria de se dizer dono de um cão.

Mas os pedidos recorrentes de carol me fizeram reavaliar melhor meus motivos e, mais importante, me fizeram pensar se eu tinha direito de lhe negar um cão por causa do que eu fiz no passado ou pelo fato de meus pais terem sido permissivos conosco com relação a este assunto.Eu já disse no passado que eu espero sinceramente ser melhor que meus pais, não porque eles tenham sido ruins, mas porque preciso acreditar que, a cada geração, melhoramos em relação a anterior.

Desse dia em diante o discurso aqui de casa mudou bastante. Fiz um acordo com a Carol: se ela quer um cachorro, primeiro ela precisa aprender a se cuidar sozinha. Isso significa acordar no horário pela manhã, sem dar trabalho, se arrumar sozinha e tomar seu café direito, sem atrasar para a escola e de maneira que sobre um tempo para que ela possa levar o cachorro para passear.

É claro que ela topou de primeira e logo no dia seguinte não deu trabalho algum pela manhã. Durou um dia. Quando ela voltou a atrasar no dia seguinte eu nem toquei no assunto do cachorro, acho que o amadurecimento tem de ser natural e não porque eu vou ficar lembrando-a disso a todo instante. Quando ela voltou a falar do cachorro eu voltei a falar sobre ela se cuidar. E assim vamos há mais ou menos um mês. Expliquei a ela que não é um dia só, é um compromisso para muitos anos e de que ela precisa fazer sem ser forçada a.

Acho que ainda vamos ter um bom tempinho de negociação, quem sabe até anos de negociação, mas não posso ceder ao capricho e esquecer este compromisso que firmei, se não, depois, tudo vai ficar na mesma. Durante este período eu preciso ir negociando com o pai dela, já que, ao fazer o acordo com ela eu também arquei com o compromisso de cumprir minha parte quando ela cumprir a dela.

Sei que não é só isso: depois que o cachorro finalmente vier eu terei que ter a paciência de esperar que ela faça as coias, primeiro por saber que tem de fazer, segundo poque será cobrada por isso, ao invés de ir fazendo por ela, como meus pais faziam. Pois só assim ela assumirá de verdade essa responsabilidade e vai, realmente, aproveitar as maravilhas de ter um animalzinho de estimação para chamar de seu.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

4 Comentários


  1. Achei bem interessante esta “negociação” com a sua filha: ela tem que se cuidar para poder ter o cachorro que tanto quer. Com conversas e mostrar o valor da responsabilidade é muito importante, porque a criança tem que ter noção disto. E também saber que o animal não é somente para brincar, ele tem que ser cuidado. Tive em minha infância a convivência com os cachorros, mas agora que tenho um, sei o trabalho que dá cuidar do bichinho. Não tenho filhos, mas espero poder passar este senso de responsabilidade que você está mostrando para a sua filha.
    Mas já posso dizer, ter um cachorro é muito bom! Vale muito a pena!

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    1. Acho que a Pedigre não poderia ter escolhido slogan melhor não é? Cachorro é tudo de bom!

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