Criminal Minds: Bloodline e Cold Comfort (04×13 e 04×14)

Criminal Minds Bloodline S04E13 Prentiss

Pois não fui pisar na bola e atrasar com o review de um dos melhores episódios de Criminal Minds? Peço desculpas a todos, principalmente porque acabei com a oportunidade de discutirmos mais Bloodline, antes que Cold Comfort tirasse um pouco do brilho. Enquanto Bloodline foi daqueles episódios de história densa, de segredos encobertos e final em aberto, Cold Comfort foi um episódio mais lento. Interessante, mas, estranhamente, sem aquele apelo de urgência que sempre esperamos de um episódio em que o tempo está contra a equipe.

Achei interessante, principalmente, o fato de Bloodline trazer à tona algo que sempre disperta curiosidade no ser humano: ao crescermos aceitando algo como certo, mesmo que sejamos os únicos a acreditar nisso, alguém seria capaz de nos convencer do contrário? Mais que isso, seria o ser humano capaz de enxergar a maldade por traz de algo que é ensinado por seus próprios pais? Qual a chance que uma criança criada da maneira como aquele menino foi criado de se redimir, de se arrepender?

Gostei da escolha do Alabama como cenário para uma família decendente de ciganos que acreditam ter de escolher a esposa certa para seus filhos ainda cedo, e que matam os pais da menina para evitar que ela fosse procurada. O estado do Alabama é cheio de suas próprias lendas e costumes. Na verdade, acho que Criminal Minds sempre explora bem um aspecto muito particular dos EUA: cada estado, apesar do espírito de unidadeque o país tem, carrega consigo uma história muito própria e particular. Vemos nas vítimas de cada crime ou na equipe de polícia que pede por ajuda isso, essa particularidade.

Outro ponto positivo do episódio: o foco na equipe, cada um juntando uma peça do quebra-cabeça ou usando de seu ponto forte para ajudar na investigação. Talvez isso tenha sido proposital: o desencaixe de Jordan acaba ficando mais evidente e fica mais natural sua saída da equipe. Mas, confesso, nem assim pude simpatizar mais com a personagem.

Prentiss funcionou muito bem em sua conversa com Cate no hospital, trazendo as lembranças da garota a tona de maneira a encontrar as pistas necessárias, mostrando um entendimento real do medo que a garota sentia; Hotch se saiu bem liderando o time e confortando um pai que precisava ouvir não ser responsável pelo que aconteceu com sua filha; Spencer junta peças de uma mitologia distante do dia a dia da equipe de forma a montar um padrão. Morgan é o agente de campo, aquele que corre e luta. Para ajudar tivemos a volta das sensacionais conversas de Garcia com a equipe, inclusive com direito a gracinhas. Talvez Rossi tenha sido o mais apagado personagem, mas nada que prejudicasse o funcionamento da equipe.

E, quando você acha que tudo ficou bem, em que você sente algum alívio vem a bomba. O final em aberto: outras crianças serão sequestradas, outras famílias serão destruídas. Fica o gancho para um episódio futuro, em que as informações de mortes com tantos anos de diferença entre si possam indicar novamente o mesmo padrão.

Cold Comfort pode ser classificado como um bom episódio. Ele não compromete, ele tem uma boa linha principal – o assassino em série que revive algo de seu passado ao matar mulheres com as mesmas características físicas de sua babá. A participação especial de Cybil Shepard deveria trazer mais brilho, mas foi tão curtinha que acabei decepcionada.

Criminal Minds Cold Comfort S04E14

Se não servisse para mais nada, e não estou dizendo que não serviu, pelo menos esse foi o episódio da volta de JJ. Agora mãe a agente traz algo de diferente para carregar em seu dia a dia. É evidente que tratar de crimes que envolvam crianças será muito mais complicado, mas aqui o que marca é a empatia com outra mãe, é a necessidade de acreditar que tudo poderá acabar bem.

Era para ser um episódio com destaque para Rossi,mas confesso que não tenho gostado muito de suas participações ou do foco que têm sido dado ao seu personagem. Aqui ele se mostra intransigente quanto aceitar a ajuda de um médium para encontrar a última garota sequestrada. Entendo que Rossi tenha um passado que condena a prática, que ele carregue consigo a culpa por algo ter dado errado no passado porque ele deu mais crédito do que devia a um paranormal. Não quero que ele saia sendo o mais crédulo dos homens, mas algo em sua postura realmente não me desceu.

Talvez tenha sido isso, talvez seja aquele velho problema de susceder um episódio que foi grandioso. Cold Comfort dificilmente será lembrado por mim ao olhar para esta temporada no futuro.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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