Uma visita do Instituto Butantan

2009-04-abr1

Enquanto minha amiga Sam passeava com seus filhos pelo Parque da Independência, eu, marido e Carol íamos desbravar as belezas do Instituto Butantan – e eu e o Carlos discutíamos que devíamos ir um dia desses ao Ipiranga, já que nenhum dos dois lembra mais de como é o Museu.

Já se iam anos  que eu não visitava o Instituto e até comentei com meu marido de que os filhos são uma bela justificativa para revivermos nossos prazeres de infância e ao voltar ao parque e aos museus do Instituto lembrei que até pensei em estudar algo que me permitisse trabalhar lá, de tanta paz que o lugar me trazia. É claro que, quando era mais nova, não prestei atenção às mesmas coisas que nessa visita – como o fato de que a organização do lugar me lembrou muito de alguns museus de Paris.

Não comentei aqui, mas, no feriado de 21 de Abril, fomos ao Aquário de São Paulo, no Ipiranga, e havíamos ficado muito decepcionados. Depois de tanto ouvir sobre o lugar acabamos por achá-lo pequeno demais, escuro demais e caro demais. São R$ 20,00 por pessoa, sendo que crianças acima de 03 anos já pagam inteira, para pouquíssimos metros de aquário. Tirando a sala em que ficamos embaixo da água e podemos ver as  arrais por cima de nós, nada foi mais interessante que o Aquário do Parque Da Água Branca – que custa R$ 2,00 – e fica anos luz do Aquário de Ubatuba ou o Projeto Tamar, muito mais bonitos e que permitem muito mais interação por parte da criançada.

Pois, no Instituto Butantan, a impressão é opostamente feliz. O Parque está super bem cuidado e você não paga nada para conhecê-lo, podendo deixar seu carro dentro do Parque, sem pagar nada também. Na parte não paga ainda é possível ver o Serpentário – que eu insisti em chamar de Serpenteário durante toda a visita, fazer o quê – e o Macacário, um dos únicos dois fora da Índia que possuem macacos Rhesus, que permitiram a identificação do Fator RH no passado.

Para visitar os três museus você paga apenas R$ 6,00 por pessoa, sendo que crianças até 07 anos e adultos maiores de 60 não pagam. Ou seja, por apenas R$ 12,00 nós três tivemos um dia maravilhoso, com a Carol deslumbrada por tudo que via – com exceção do Serpentário, da onde ela nem se aproximou com medo de que as cobras subissem pelas paredes.

Os três museus são: Museu Histórico, Museu de Microbiologia e o Museu Biológico.

No primeiro, o Museu Histórico, você conhece como, no passado, Vital Brasil e outros cientistas começaram a pesquisa científica no país, como eram precárias suas instalações, quais eram os equipamentos que usaram. O local, antes de funcionar como laboratório, era, na verdade, um curral.

No Museu de Microbiologia você tem a oportunidade de entrar em contato com a pesquisa científica que gera as vacinas que nos mantém a salvo das doenças. Uma infinidade de microscópios a disposição do público, bem como televisões com vídeos educativos e sessões de filmes nos permitem entender melhor o processo de pesquisa, com destaque para aspectos ligados a doenças nacionais como a Dengue e a Febre Amarela.

Mas a criançada mesmo, e nós adultos também, vamos admitir, se delicia é no Museu Biológico, onde em diversos “tanques” podemos ver uma infinidade de cobras, serpentes, tartarugas, sapos e aracnídeos. Ver uma cobra Piton enorme, sei lá eu com quantos metros, subindo e descendo de galhos acaba te distraindo por minutos e você nem percebe.

Adorei o fato de, além de apresentar informações completas por escrito para cada espécime do Museu, haviam também a mesma informação em forma de figuras (imagem abaixo), o que permitiu que a Carol, ainda não alfabetizada, tivesse imensa liberdade entre os tanques, indo e vindo e contanto tudo o que tinha descoberto – “Mãe, tem uma cobra amarela aqui de dente afiado que só vive de noite e come passarinhos!”.

2009-04-abr11

No meio do parque, entre o Museu Biológico e o Museu Histórico, você encontrará um Museu de Rua, com fotos , reportagens e textos contando a história do instituto e de seus principais cientistas – que dá nome às ruas do lugar. Gostaria de ter passado por ali com mais calma, mas é um dos lugares em que crianças e adultos têm diferentes espectativas, a Carol por exemplo, preferia correr fazendo zigue-zague entre as placas.

Recomendo o passeio para a família toda e, repito, vá nem que seja para aproveitar o imenso parque, onde é permitida, inclusive, a entrada de pequenos animais, desde que em coleiras e com donos educados – sabe, daquele tipo que recolhe o lixo de seu animal de estimação.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. Simone, que delicia. Fomos uma vez lá, em 2005, um domingo delicioso. Enzo amou, claro. Mas já é hora de voltar, Giorgio nem se lembra. Valeu por todas as dicas. 🙂

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    1. Oi Sam,

      Pensamos muito em vocês durante a visita, eu até disse para o Carlos que o Enzo devia adorar.
      Precisamos realmente marcar algo juntos.
      Beijos

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