Alan Shore é um profundo conhecedor da alma humana… Ou quase. Afinal, que mais falaria com tanta propriedade que o coração pode ser uma cadela?
Que dizer de um episódio que traz uma menina de 15 anos lutando contra uma escola em que somente a abstinência lhe foi ensinada como método anticoncepcional e que, por isso, acabou contraindo o vírus HIV? A menina tem responsabilidade, eu sei, mas sempre precisamos lembrar que ela não deixa de ser menina e que a responsabilidade por limites e ensinamentos é sim dos adultos.
E um caso como esse é sempre perfeito para que Alan Shore execute um maravilhoso encerramento, lembrando que o governo tem a obrigação de oferecer ensinamentos que permitam que os jovens pratiquem o sexo com responsabilidade. Gosto de pensar que o que Alan defende tão veementemente pode, de algum modo, realmente mudar o mundo fora da telinha.
O que me cansa, apenas, é toda essa historinha entre Allan e Lorraine. Definitivamente ela não combina com ele. E acho os efeitos dela sobre ele exagerados. Vamos lembrar apenas de Tara Wilson(a linda Rhona Mitra) e vamos entender que é exagero. Se ela, que o deixou com cara de tacho e sem caminho, não o deixou sem fala, por que Lorraine o faria? Não vejo química entre os dois.
Mas o episódio merece dois destaques: a irmã Catherine e seu testemunho (os trocadilhos das expressões em inglês mostra a genialidade dos roteiristas); e Denna Rice fazendo o papel da mulher que resolve processar o psicólogo que teria levado seu marido ao suicídio, caso defendido por Jerry e Katie. Eu já disse o quanto eu gosto do Jerry?
Link Permanente
Adoro esse episódio. A química entre os atores está ótima nessa temporada, e David E. Kelly mais afiado do que nunca.