Você está trabalhando a toa e não percebeu…

Bomna no cérebro 

Estava viajando terça de manhã (bota manhã nisso, vôo das seis e quarenta) e peguei a revista da TAM para folhear. Confesso que raramente eu presto atenção no que vejo nestas revistas de avião, normalmente elas tem entrevistas com gente que não me interessa conhecer e falam de hotéis ou restaurantes ou bares da moda, daqueles que ficam lotados, cobram caro e escolhem quem entra e sai.

Mas dessa vez achei uma reportagem super legal, com o mesmo título deste post aqui. Ela foi publicada originalmente em uma revista do New York Times Syndicate na sessão Adventures In Cyberspace.

O artigo compara nossa mente nos tempos atuais ao que acontece dentro da CPU de seus computador: são tantos os programas rodando ao mesmo tempo, tantas as rotinas, tanta informação que, simplesmente, uma hora a gente trava. Tudo bem que o autor fala que o computador dele não trava mais a ponto de ser necessário ser reiniciado, mas o meu ainda sofre desse mal.

Não sei se foi ele que criou ou usou a expressão thrashing pela primeira vez, mas o termo é bastante apropriado para descrever aqueles momentos em que você olha em volta, sua mesa cheia de papéis, sua caixa postal cheia de e-mail, sua cabeça cheia de coisas, seu telefone que não para de tocar, você tenta definir o que fará primeiro, mas pega uma coisa e larga para pegar outra e acaba não fazendo nada.

Ele conta que desembarcou em Aruba com a esposa para umas férias e viu aos montes executivos neuróticos e seus blackberries, celulares sendo ligados mal o avião pousava. Parecendo uma manada enlouquecida.

Agora por minha conta: Nos tornamos escravos dessa loucura da pressa, do tudo para já, do absorver cada vez mais, de querer ser cada vez mais. A tecnologia que viria nos ajudar agora nos prejudica, podemos ser achados em qualquer lugar, por qualquer pessoa.

Ainda outro dia briguei com meu marido pois ele derrubou um monte de coisas em uma padaria enlouquecido para atender ao celular que tocava. É mesmo necessário ? A pessoa do outro lado pode esperar, você pode ligar de novo ou, ainda, simplesmente pode não ser importante.

Eu já esqueci o celular em casa. Às vezes esqueço de carregar a bateria… Não tem porque deixar que isso me domine. Mas confesso ser dependente do meu e-mail, dificilmente passo mais de uma hora sem checar a caixa postal e, quando faço, chego em casa e ligo correndo o computador, antes mesmo de tirar os sapatos.

Acho que precisamos, mesmo, é começar uma campanha pela qualidade de vida. Um dia inteiro sem celular ou computador, olhando o que realmente está acontecendo a nossa volta, um dia sem ler jornal, uma semana sem ler a Veja. Ser um pouco desinformado… Como será a sensação?

Libertar um pouco de espaço nessa nossa mente, assim como fazemos quando apagamos os temporários ou usamos o desfragmentador do disco.

Pare um pouco, tente não fazer nada por 30 minutos: nem ver tv, nem falar ao telefone, não usar o computador. Quem sabe fazer um carinho no seu bichinho de estimação, olhar pela janela e descobrir algo novo, sentir um novo cheiro… Simplesmente esticar as pernas e não pensar nos problemas.

Deve fazer um bem…

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

1 comentário


  1. ótima idéia Si, acho que irei pegar um dia da semana para isso, também preciso dessa tranquilidade. como você mesma disse, qualidade de vida.

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